terça-feira, 12 de maio de 2009

Sopa desidratada...

Como minha geladeira tem um congelador pequeno, um dia desses resolvi fazer um panelão de sopa e levar diversos potes para o apartamento de minha avó, que tem um grande freezer.

Entrei numa dieta para reaver minhas roupas, que há algum tempo vinham “encolhendo”, e passei a substituir refeições antes compostas por macarrões, risotos e sanduíches pelo tal sopão.

Além da sopa, restringi o consumo de doce a frutas. Ao imaginar “aquele” brigadeiro, comecei a traçar dulcíssimas peras, pinhas e caquis. Frutas muito doces e calóricas mas o efeito psicológico de comer frutas é muito importante nessa privação a longo prazo.

Nos momentos mais difíceis, ainda resistindo sem comer carboidrato, mandei ver salsicha com ovo, bifes, atum, sardinha, fingindo fazer a dieta da proteína. Não sei se o fígado gostou da brincadeira mas senti minhas roupas mais folgadas.

Um mês depois de abolir o carboidrato, contei quase quatro quilos a menos, uma vitória para quem não fez exercícios físicos no período. Bem que tentei: nos primeiros dias, levantava de madrugada, ainda escuro, caminhava cerca de uma hora e, ao voltar, fazia 100 abdominais. A falta de comida foi me deixando deprimida e, na segunda semana, não consegui mais acordar. Ainda tentei o squash, pois apenas esportes dinâmicos e de grande impacto me agradam. A fome de bola (e de doces e massas possivelmente) foi tanta que consegui distender o pulso ainda no aquecimento do primeiro dia de jogo e, em seguida, o ombro começou a doer.

Pessoas sedentárias devem ter cuidado ao voltar à ativa. Agora com menos peso, estou ensaiando a volta, mas acho que buscarei aconselhamento profissional para não me machucar.

Voltando à sopa, hoje, em meu segundo dia de férias, ainda controlando a noturna boquinha nervosa, desci com meu cachorro e, toda animada, caminhei em direção à casa da vovó para pegar mais um pote. “Não, um é pouco. Legumes não engordam, vou pegar dois potes de sopa e tomar tudo sozinha”, pensei.

Feliz da vida, coloquei os dois blocos congelados numa panela grande, com um pouco de água, tampei e fui arrumar a casa enquanto esperava. O celular tocou e um colega meu começou a conversar tão animadamente comigo que só fui me dar conta de que algo estava queimando quando a nuvem de fumaça tomou conta da cozinha!

“Minha sopa tá queimando!”, gritei logo despachando meu colega.

O fundo da panela ficou preto, mas ainda pude salvar a camada superficial daquela massa compacta de legumes. Como sempre gostei da raspa de suflês, abstraí o incidente e comi aquilo com grande apetite, convencida de que acabara de reinventar o tal sabor artificial de fumaça utilizado no molho barbecue daquela rede de lanchonetes mundialmente famosa. E o meu era natural!!

Meus dois potes de sopa viraram meio prato de legumes desidratados e o regime foi mais radical do que planejado. O que salvou foi o caqui de sobremesa...

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