sábado, 5 de julho de 2008

Preço Alto Para Produto Ruim

A segurança é uma definição vaga e ideal que não existe no Brasil de hoje. Para onde vão as dezenas de impostos que pagamos se o Estado não cumpre com o dever de assegurar-nos tranqüilidade, paz e qualidade de vida?

Além dos gastos com taxas e impostos para isso e aquilo, temos que ter dinheiro para pagar seguros, trancas, cadeados, correntes, ‘flanelinhas’; para consertar a suspensão do carro que quebra ao cair nos buracos das vias públicas; para pagar médicos que possam nos atender no momento em que estamos doentes, sem filas; para pagar escola decente, e por aí vai. Pagamos em dobro e recebemos a menos da administração pública.

Aliás, falando em público, para começo de conversa, os tais ‘homens públicos’ que criam leis e ditam o que é certo e errado nem poderiam exercer cargos de tamanha responsabilidade sem o devido preparo, sem um currículo experiente e com a ficha criminal que muitos apresentam. E nem deveriam ser denominados ‘públicos’ ao legislar em causa própria e pensarem primeiro em si para depois voltarem-se ao coletivo e ao povo, razão de estarem onde estão. Deveriam envergonhar-se da pouca produção, inversamente proporcional aos benefícios e verbas que recebem – convocações e remunerações extras etc. Deveriam ter apenas 30 dias de férias, como os cidadãos brasileiros que têm a sorte de terem um trabalho formal e digno – e infelizmente nem todos o têm.

Desculpem, volto ao tema em questão: a segurança. Clamo pela conscientização daqueles que teriam o poder de mudar leis caducas e ineficazes – o código penal é vergonhoso! Progressão de pena é algo retrógrado e que só leva à impunidade e ao aumento da violência e do mercado do crime. Ninguém vê isso??

Não entendo onde está a dificuldade de encontrar soluções para a esculhambação vigente. Por que não transformar, por exemplo, as prisões em indústrias? Chamar a iniciativa privada a investir em tecnologia, segurança máxima, controles eletrônicos para impedir a entrada de armas, drogas, telefones. Em troca, dispor da mão-de-obra barata de indivíduos que deveriam trabalhar para pagar o gasto que representam ao erário. Para efetivamente pagar pelos crimes que cometeram. Tal sistema traria benefícios para todos, inclusive para os detentos, que teriam a possibilidade de terem ocupação, experiência de trabalho e perspectivas. E beneficiaria a nós, sociedade ameaçada pela falta de futuro, pelo presente sinistro à mercê do crime organizado e inteligente. Muito mais inteligente do que o Estado.

Deveríamos exigir Segurança, Saúde, Educação, asfalto de qualidade – como anda a coisa, o buraco em que vivemos fica cada vez maior... Precisamos exigir pulso firme, uma contrapartida ao que nós pagamos em impostos. Queremos ter direitos, não só deveres, medos, raiva, desgosto. Quem nos defenderia de continuar pagando preço tão alto para receber um produto de tão má qualidade? A quem recorrer? Aos 0800 que nos atendem anônima e precariamente? Será que Deus tem algum SAC*?

*Serviço de Atendimento ao Consumidor

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